
Brás, Mooca e Bixiga: os bairros que contam a história da imigração italiana na cidade de São Paulo
Os três bairros são conhecidos pela sua tradição italiana e abrigam diversos imigrantes e seus descendentes que marcaram a história paulistana.
20 anos de idade. Para uns, uma fase em que a vida está só começando, em que sonhos começam a ser construídos, em que o futuro é planejado e cheio de esperança. Há 70 ou 80 anos, isso era impossível para muitos jovens italianos, que com apenas duas décadas de vida largaram tudo que tinham e embarcaram rumo à terra prometida, a terra das oportunidades: o Brasil!
“Venha e construa seus sonhos com a sua família. Uma terra de oportunidades. Uma vida de abundância em um clima tropical. No Brasil você pode ter seu próprio castelo. Terra do governo e ferramentas para todos”, diziam os cartazes na Itália chamando milhares de italianos para o Brasil, a terra prometida. Europeus jovens, e até mais velhos, eram atraídos para “fazer a América” enquanto a Europa caía em desgraça devido à Segunda Guerra Mundial.
Carmela Romano, italiana de 89 anos, é um desses muitos imigrantes que partiram da Itália para fazer uma vida aqui, e mais do que isso, construir uma família. Enquanto ainda estava na Europa, a jovem de apenas 19 anos casou-se com o italiano Michele Romano, que ela conhecia de sua comune (cidade), Monte San Giacomo, na região da Campânia, sul da Itália.
Diferentemente dos relacionamentos que conhecemos hoje em dia, Carmela e Michele se casaram por procuração - algo recorrente entre os imigrantes - pois ele já estava no Brasil na época. No ano seguinte, a jovem italiana, com 20 anos, embarcou rumo ao Brasil, em busca de uma vida melhor junto ao seu marido.
“Foram 17 dias de navio. Ruim a viagem, porque você passa 17 dias em um navio de guerra, porque depois da guerra todos os navios levavam o pessoal para lá e pra cá. Cheguei aqui dia 17 de fevereiro de 1954, desembarquei no porto de Santos, e lá meu marido foi me buscar e me trouxe para cá, na Rua dos Trilhos (na Mooca)”, relembra Carmela.
O historiador e pesquisador do Museu da Imigração do estado de São Paulo Henrique Trindade, conta que os italianos se inseriram em todo tipo de atividade, como na lavoura, no campo e no comércio. Depois nas indústrias, na política e na medicina. “Eles foram de fato o maior grupo de imigrantes que chegou ao Brasil, tanto que hoje em São Paulo há mais de 13 milhões de pessoas que são descendentes de italianos”.
Já no meio do século XX, muitos bairros de São Paulo tinham comunidades italianas e uma rica cultura, como era o caso do Brás, Bixiga e Mooca. Muitos italianos chegavam no País e iam para esses bairros a fim de ficarem mais próximos de suas raízes.
Isso tornava a adaptação mais fácil, principalmente em relação ao idioma, já que os imigrantes, quando chegavam, não sabiam falar a língua portuguesa e só aprendiam ao longo dos anos com os filhos e com a necessidade do dia a dia. Com isso, muitas palavras dos dialetos italianos se fincaram na boca de muitos brasileiros, como ocorre até hoje na Mooca e até entre comerciantes do Brás.
Ciao, Brás!
Andando pelo Brás, é possível notar diversas cantinas que chamam atenção do paladar graças às suas massas irresistíveis. Entre as ruas com fábricas e cortiços, diversas nacionalidades dividem as calçadas, mas uma fala mais alto - literalmente: os italianos, que enchem o bairro de festa e alegria. Reconhece esse Brás? Não, né? Pois ele não existe, não mais. Um dia tudo isso foi real e, talvez, andando hoje pelo local nem seja mais possível notar
a herança de uma época em que lá era um reduto italiano.
A característica de ser um bairro imigrante é algo que não morreu no Brás, ao contrário da cultura italiana, que quase não dá para reparar. Assim como no passado, é possível ouvir diversos idiomas ao andar pelas ruas do bairro, que são lotadas de comerciantes bolivianos, haitianos, venezuelanos, chineses, entre muitos outros. Mas, uma coisa é certa: o idioma italiano é quase impossível de ser escutado na boca do povo. Nada parecido com um passado nem tão distante assim.
“O Brás era muito carregado de cultura italiana. A maioria das pessoas eram italianos, filhos ou netos de italianos. Se falava italiano, principalmente os palavrões e as coisas que não devia falar, falavam”, conta o filho de imigrantes Matheus Rodak, 63, voluntário e ex-diretor da Associação São Vito Mártir.
Matheus é descendente de italianos, moldavos, armênios e libaneses, mas foi a cultura italiana pela qual ele se apaixonou e decidiu dedicar sua vida, como faz agora, sendo voluntário da Associação São Vito Mártir, que organiza uma das principais heranças italianas ainda existentes no Brás: a Festa de São Vito.
O Ítalo-brasileiro cresceu num lugar diferente do que quem passa por lá hoje pode imaginar. Um local onde as ruas não eram exclusividade do comércio. “Aqui tinha cinema, teatro, escola e diversão pública. Era um bairro que não dependia de nada que vinha do centro da Cidade. Hoje o Brás não é nem sombra do que ele já foi. Era um bairro que tinha tudo e de repente virou um bairro esquecido, com problemas de sujeira, abandonado pelos poderes públicos”, lamenta Matheus.
Hoje, quem quer perceber a herança italiana no Brás, precisa de um olhar bem mais atento. A pouca cultura italiana presente no bairro ainda assim chama a atenção de muitos brasileiros, como é o caso da Cantina e Pizzaria Castelões e da Cantina do Gigio, além, claro, das festas tradicionais de São Vito e a de Nossa Senhora de Casaluce.
Rodak relembra que no passado quem procurava por uma boa pizza vinha ao Brás, pois o que não faltavam eram opções de cantinas, mas que hoje esse legado pertence ao Bixiga, um bairro que é sinônimo de gastronomia italiana.
A grande família do Brás
Ao longo das últimas décadas, os bairros tidos como “italianos” como o Bixiga e a Mooca tiveram uma queda em sua influência cultural devido à morte dos imigrantes. Já no Brás, o motivo por trás dessa queda da cultura italiana é outro: os italianos saíram do bairro.
Devido à negligência e ao avanço do comércio sobre o Brás, muitos italianos - após melhorarem de condição financeira - decidiram se mudar para outras regiões, como é o caso da família de Adriano Coelho, que chegou no bairro na década de 50, mas decidiu se mudar nos anos 80.
A mãe de Adriano, Carmela Palumbo, 73, chegou ao Brasil com 2 anos de idade e cresceu em meio a um Brás que ainda tinha forte essência italiana. “Cresci com tudo no esquema de italiano. No Brás, parecia que eu estava na Itália mesmo. Mas hoje, infelizmente, não tem mais nada a ver”, relembra.
Os avós de Adriano chegaram ao Brasil com esperança de conquistar uma vida melhor no Brás. Até conquistaram, mas assim que conseguiram uma oportunidade de viver em um bairro melhor, se mudaram. “Meus avós foram para o Tatuapé em 1984. Eles, que faziam parte daquela geração que chegou no início dos anos 50, falaram ‘meu, o bairro tá muito devastado’, e foram embora”, conta o jornalista Adriano Coelho, 50, ou Guna, como era conhecido no bairro.
Mesmo vendo as transformações do Brás, o jornalista não se abalou, continuou no bairro e insistia aos pais que continuassem morando lá, devido aos colegas e amigos que também viviam na região. Porém, aos 20 anos, começou a dirigir e conhecer outros bairros, e só assim percebeu que onde morava não era tão bom como ele imaginava.
“O Brás é até hoje uma família, mas é um bairro que foi destruído pelo comércio. Desde a década de 60 o comércio tomou conta demais e deixou o bairro sem opções de lazer e sem qualidade de vida nenhuma, e a tendência é piorar”, argumenta o jornalista.
Ainda é possível encontrar a “família do Brás”, mas somente em eventos como a Festa de Casaluce e a Festa de São Vito, capazes de reunir ex-moradores mais nostálgicos, como o próprio Adriano, que foi voluntário na festa de São Vito por mais de 20 anos.
“Até uns 15/ 20 anos atrás você encontrava parente, os primos de primeiro grau. Você encontrava algum familiar conhecido aqui no Brás”, relata Vitor Frugis, um dos muitos descendentes de italianos que têm a tradição de frequentar a Festa de São Vito juntamente com sua esposa, Ligia Labate. Ambos são de famílias italianas que viveram no Brás e viram a decadência do bairro. “Todos começaram a crescer, trabalhar, casar, aí foi cada um para um canto, fora do Brás”, comenta a esposa.
A fantástica fábrica de italianos
Diferentemente do Brás, a Mooca chama atenção pela sua evolução. Andar pela avenida principal, a Paes de Barros, é notar como os anos só fizeram bem para a região que, se hoje é conhecida como um dos melhores bairros da Zona Leste para se morar, é devido, em parte, aos italianos que aqui se instalaram décadas atrás.
Com a vinda desses italianos, a cidade de São Paulo deu passos grandiosos rumo a se transformar em uma verdadeira metrópole, explica Henrique Trindade: “muitas casas aqui da Mooca e do Brás foram construídas por muitos pedreiros italianos. Isso é um grande símbolo da construção e transformação de São Paulo em uma metrópole, que antes era uma vila, uma cidade pequena. Esses imigrantes transformaram todos os aspectos da nossa cidade”.
Entre os condomínios modernos e elegantes da Mooca, é possível ver resquícios de um passado marcante do bairro: as fábricas, que junto aos galpões vão pouco a pouco dando lugar à crescentes construções que modernizam o local e vão mudando características históricas das paisagens como as famosas fábricas de fachadas de tijolinhos.
Apesar disso, ainda é possível encontrar diversas indústrias inteiras ao andar pelas ruas do bello bairro, como a imponente (agora nem tanto, devido ao descaso) fábrica da Antárctica, que salta os olhos de quem desce na estação de trem Juventus-Mooca.
Outros prédios que contam a história do bairro também podem ser vistos, como o antigo Cotonifício Rodolfo Crespi, que teve mais sorte do que o prédio da Antárctica, e pode ser apreciado em bom estado, já que está em uso e é um supermercado.
Várias fábricas famosas já funcionaram na Mooca como União, Calçados Clark, Arno e Antárctica, e ajudaram na história e no crescimento do bairro. Infelizmente, com o tempo, algumas dessas fábricas fecharam ou mudaram de lugar, como o caso da Antarctica, que foi para o interior de SP em 1995, e da Arno, que foi para o Rio de Janeiro em 2017.
A Mooca está cada vez mais consolidando seu perfil de um bairro urbano, o que causa algumas dificuldades operacionais para as fábricas, que dão lugares aos condomínios que crescem a cada dia mais em cima desses terrenos ociosos. Porém, há um grande nome da indústria local que permanece em funcionamento firme e forte até hoje: a Lorenzetti.
Mais do que uma indústria mooquense, a Lorenzetti é uma fábrica de “origem” italiana, que foi fundada por Alessandro Lorenzetti e seus filhos Eugênio e Lorenzo - esse, por sinal, tinha grande interesse em contratar talentos italianos, como foi o caso do pai de Roberto Cipro, um engenheiro eletromecânico que fez sua história na empresa, ajudando a construir, na época, seis das nove fábricas da marca.
“Dentro da Lorenzetti tinha muita gente italiana, muita mesmo. E se falava em italiano lá, cansei de ir a reuniões com o pessoal falando em italiano. Eles só falavam em italiano”, relembra Roberto.
Um pontinho colorido no meio da selva de pedras
Casas que parecem de boneca, cores que saltam os olhos, um clima interiorano e uma simplicidade que mal dá para acreditar que se está no centro da cidade que não para, a poucos metros de uma das avenidas mais “vivas” do País. Esse é o Bixiga, uma exceção no centro de São Paulo.
Assim como na Mooca, no Bixiga pouco a pouco essa arquitetura antagônica dá lugar a novos empreendimentos, como a linha 6 - Laranja do metrô, que está em construção e passará pelo bairro. Vale lembrar da quadra da icônica escola de samba da Vai-Vai que, como muitas outras construções históricas da região, perdeu espaço para o “novo” e agora só restam memórias.
Porém, se engana quem acha que esse problema é algo atual. Ao falar do Bixiga, não é somente da cultura italiana que pode-se lembrar, mas também do famoso “pai do samba paulista”, o Adoniran Barbosa, que em uma de suas mais emblemáticas músicas - Saudosa Maloca - já denunciava as construções que derrubavam casas e cortiços.
Com esse mesmo pensamento saudosista, outro personagem do bairro fez história. Armandinho do Bixiga era filho de italianos e tinha verdadeira adoração pelo bairro, não permitia que nada que fizesse parte do Bixiga fosse “perdido”.
“Se alguma casa fosse demolida, ele ia e pegava um tijolo e falava que precisava guardar isso, porque é a memória do bairro. Então, ele tinha essa questão de entender que o bairro era a casa dele, e a comunidade ao longo dos anos foi reconhecendo esse carinho do meu pai’’, conta a advogada Maria Paula Puglisi, 50, filha do Armandinho do Bixiga.
Esse costume de guardar pertences do bairro e de ex-moradores é que deu origem ao Museu do Bixiga. Fundado em 1981 por Armando Puglisi, se trata de um pequeno lugar com diversos itens e histórias do bairro, incluindo dos imigrantes italianos, que marcaram a região.
Armandinho foi um grande nome no bairro, juntamente com seu amigo Walter Taverna, que também ajudou a construir a “cara” do Bixiga, principalmente no ramo gastronômico, fazendo o memorável bolo do Bixiga e inaugurando as primeiras cantinas italianas do bairro, que consolidaram um legado que o local hoje é referência: a boa comida italiana.
A tradição da cultura italiana é viva no bairro e se destaca, mas não é a única, já que negros e nordestinos também ocuparam um grande espaço junto aos europeus, explica Maria Paula: “vieram pessoas de vários lugares do mundo, mas alguns italianos se concentraram nesse lugar. E quando chegaram aqui encontraram os negros. Aqui é um bairro que já desde a formação tem essa mistura de culturas, porque são pessoas que não eram daqui. O Bixiga é muito festivo, as pessoas se conhecem, se ajudam isso se mantém até hoje”.
Festa e harmonia são inegáveis no Bixiga, e lendo até aqui, com certeza você já deve ter se perguntado: “tá, mas e a Festa da Achiropita?”. Então, não tem como falar dessa região sem falar desse evento, um dos mais tradicionais do país e que caiu no gosto dos brasileiros. A festa é certamente um dos principais exemplos de como a festividade italiana segue viva no bairro.
A harmonia e amizade também seguem firme e forte pelas ruas do Bixiga. Basta caminhar um pouco e ver um morador saindo de casa, as chances de puxarem um bom papo são grandes. Um costume no mínimo inusitado quando se lembra que está no centro de São Paulo.
Maria Emília, voluntária da parte de comunicação da Festa da Achiropita, nasceu no Bixiga, onde viveu boa parte de sua vida. Ela conta que o hábito de se comunicar com a vizinhança é algo forte nas ruas do bairro há muito tempo: “A característica do italiano é interessante. Você andava na rua, andava uma quadra, e você cumprimentava e falava com meia dúzia de pessoas, no mínimo. Falavam ‘oi, tudo bem? como tá sua mãe, teu pai, teu avô?'. Todo mundo se conhecia, todo mundo dava atenção um para o outro”.
Atualmente essas cenas são mais difíceis no bairro, já que muitos desses italianos já morreram. Andando pelas ruas mais antigas do Bixiga, é possível ainda encontrar alguns desses imigrantes que antes eram tão comuns nas calçadas, explica Maurício Romano, 48, corretor de imóveis e filho de um dos vários italianos que ainda moram na região:
“Hoje aqui tem menos gente italiana, mas, dependendo da rua que você passa, tem bastante italiano sim. Mais antigos, falando um com o outro. Hoje eles ficam mais perto da rua 13 de Maio. Num casarão ou outro antigo, de repente você vê saindo um senhorzinho varrendo o chão, falando, mas é bem pontual”.
No Bixiga é assim, não só os italianos conversam nas ruas, mas as pessoas, que mantêm um simples costume de sentar em cadeiras nas calçadas e conversar, seja para jogar conversa fora ou até mesmo tomar alguma bebida numa das muitas opções de bares - uns têm até rodas de samba - que dão um toque ainda mais boêmio ao bairro.
Mas o que dá o charme e a fama ao Bixiga não são somente os bares, a Festa da Achiropita e nem seus teatros famosos, mas suas cantinas italianas tradicionais, que levam a gastronomia da região para outro patamar.
Visitar o Bixiga é ter acesso à diferentes culturas, festas, samba e o melhor da gastronomia italiana. “O Bixiga atrai de volta, ele tem uma magia, uma coisa festiva, que a gente nem sabe explicar o porquê, para falar a verdade. Mas tem esse acolhimento, as pessoas se sentem acolhidas no bairro. Isso se dá muito em razão dessa festividade do bairro do imigrante italiano, que é um povo da festa, da brincadeira, da dança, da alegria. Acho que isso está resguardado”, declara Maria Puglisi.

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Carmela e Michele no Brasil. A italiana trouxe o vestido que usou perante o padre no cartório da Itália para tirar foto ao lado do marido.
Foto: Arquivo pessoal.
Michele aos 21 anos no navio rumo ao Brasil.
Foto: Arquivo pessoal.

Na imagem acima: estação do Brás em 1942.
Na imagem à esquerda: Av. Rangel Pestana, Brás, na década de 1950. Foto: Acervo/Estadão.


Matheus Rodak ao lado das mammas durante a Festa de São Vito 2022. Foto: Reprodução

Documentário de 1977 conta sobre a relação dos imigrantes italianos e a Festa de Nossa Senhora de Casaluce, no Brás. É possível notar como o bairro era diferente.

Festa da Achiropita 2022

Prédio da antiga fábrica da Antárctica visto da estação Juventus-Mooca.

Chaminé da antiga fábrica da Companhia União de Refinadores. Foi construída no século XIX, mas só foi tombada em 2010.

Amigos e familiares se reúnem em mesas nas calçadas para conversar em frente aos bares da Rua Treze de Maio.

A família de Adriano Coelho em 1965. Na esquerda: seus avós; Já na direita, a penúltima moça, sua mãe. Foto: Arquivo pessoal.

A paisagem bucólica e colorida pouco a pouco da lugar aos grandes prédios.


Cruzamento da Rua Treze de Maio com a Conselheiro Carrão.

A paisagem bucólica e colorida pouco a pouco da lugar aos grandes prédios.

Roberto Cipro (pai) e Lorenzo Lorenzetti em 1978. Foto: Arquivo pessoal.

Cipro em sua mesa de trabalho na Lorenzetti no ano de 1975. Foto: Arquivo pessoal.

Roberto Cipro em 1968 posando ao lado de um forno de recozimento que foi totalmente projetado por ele na Lorenzetti. Foto: Arquivo pessoal.

Roberto Cipro (pai) e Lorenzo Lorenzetti em 1978. Foto: Arquivo pessoal.